Um amigo que conhece bem o nosso gosto por Istambul enviou-nos um poema com o título “Viver Istambul”. Lemos e reconhecemo-nos em tantas imagens registadas nos vinte e sete versos. Não trazia identificada a autoria e, por isso, procurámos pesquisando no Google, inquietando entendidos nas lides poéticas … mas nada! Sabemos que foi publicado numa terça-feira, precisamente a 11 de Agosto de 2009, no blog “Memória do Mundo” que já se calou há muito. Enviámos emails para um endereço que se deve ter perdido em qualquer esquina virtual. Imaginamos que pode ser uma mulher por associação ao nickname Mnemosine e ao tríptico do cabeçalho.
Gostávamos de identificar o/a autor/a e, por isso, este post. Quem sabe se alguém que nos lê sabe de quem são estes versos que tão bem contam Istambul. Não podemos oferecer uma viagem à cidade a quem nos der a informação mas ficaríamos muito gratos!
Aqui fica o poema de um(a) desconhecido(a):
Viver Istambul
Às portas de Istambul ficam
Pensamentos carregados, abandonado
À sua sorte nos sapatos
E o chão, percorrido de tapetes
Por onde passam, a todo o momento
Gatos
Agracia os nossos passos
Os altos minaretes
Indicam a direcção de novos pensamentos
O olhar eleva-se a
Um sereno céu turquesa
E ai fica, reverenciando
As alturas das mesquitas, dos palácios,
Guardiões repousados
Em profunda meditação,
Pressentindo só a silenciosa presença
A brisa delicada do Bósforo
Empoalha de ouro a minha pele
Pelo ar, alecrim e açafrão
Parados
Uns olhos húmidos cativam os meus
Oferecem-se a uma memória
Istambul enche a minha alma de céu
Os meus-teus braços
Erguem-se ao azul
E rodopiam, ora em transes derviches,
Ora em ritmos de harém.


